Tempo de plantar e colher

Estamos em estado de júbilo. O Festival Nordestino de Teatro de Guaramiranga chegou aos seus 25 anos de existência e comemora seu Jubileu de Prata. Jubileu é um grande espaço de tempo. É como festejar uma colheita depois do cultivo e da chuva. É como celebrar um amor que atravessou o tempo. É como cantar graças à vida sentindo os pés cansados e a alma leve. É como abrir um mapa do tempo e enxergar – depois da travessia – o que se plantou e o que colheu, o que chorou e o que sorriu, o que espalhou e o que ajuntou, o que encontrou e o que perdeu, o que rasgou e o que coseu, o que falou e o que silenciou, o que derrubou e o que edificou, o que guerreou e o que pacificou.

O Festival Nordestino de Teatro de Guaramiranga é uma experiência. E experiência é aquilo que nos toca, nos passa e nos atravessa. Mas, a experiência só ocorre de fato, quando há a transformação. Então, fico a imaginar esses 25 anos como uma travessia de transformação da cidade de Guaramiranga e de seus moradores, de seus artistas e grupos culturais, mas também a transformação da cena artística de nosso estado e de como ela se conectou com as cenas de outros lugares do Brasil e do mundo. O que era Guaramiranga? O que era a cena da dramaturgia cearense? O que era a política de fomento às artes no Ceará – em especial ao teatro – antes do Festival?

Falo assim para afirmar o Festival Nordestino de Teatro de Guaramiranga como um ambiente de políticas públicas de cultura e de fomento às artes. Um circuito de acesso e difusão, um espaço de formação e de intercâmbio, uma atmosfera de fruição e de experimentação artística, um território de interação do teatro com outras linguagens, um lugar de vivência ética e estética, um recinto de reflexão e debate, uma zona de desenvolvimento local e regional, um território de identidade a partir da afirmação enquanto um festival nordestino. Vem desse sentido e sentimento o apoio e a parceria da Secretaria da Cultura do Estado do Ceará com o Festival.

Portanto, sem mais delongas e desejando vida-longa, salve o Festival Nordestino de Teatro de Guaramiranga do Ceará do Nordeste do Brasil e Viva a água do Maciço do Baturité – a Associação dos Amigos da Arte de Guaramiranga (AGUA) que é a chuva que faz brotar as folhas, flores e frutos desse Festival tão lindo como a cena da atriz com um ator dando vida ao teatro com seus corpos e espíritos livres.

Fabiano dos Santos Piúba
Secretário de Cultura do Estado do Ceará